Kuroshitsuji:
Kuroshitsuji é uma série de anime de 24 episódios, produzida em 2008, pela A-1 Pictures Inc., e adaptada do manga homónimo, escrito por Toboso Yana.
Depois
de ver inúmeras referências à série por toda a Internet, a primeira
impressão com que fiquei era que o anime seria apenas mais uma série,
talvez semelhante a Hayate no Gotoku, e que em tom de
comédia, se focasse na luxuosa e requintada vida da personagem
principal, não sendo nada mais que uma exibição de cenários, de roupa e
de bishonens a serem, bem... bishonens. E Kuroshitsuji tem de facto esses elementos. Na sua generalidade, vemos o mordomo Sebastian a cozinhar, limpar a casa ou o jardim e a elegantemente servir o seu senhor, Ciel Phantomhive,
um rapaz de doze anos, que após a morte dos pais, herdou a sua riqueza e
património, vivendo portanto numa luxuosa mansão, com vários criados. E
nota-se de imediato pela arte, tão 'bonita e elegante', o carácter bishonen, sendo este também visível nalgumas cenas, durante as quais a relação entre Sebastian e Ciel pode parecer por vezes... ahem... discutível.
Mas Kuroshitsuji cresce e transforma-se em mais do que isso. Sempre bem escrito, com excelentes diálogos e timings impecáveis, Kuroshitusji proporciona-nos momentos de mistério e suspense, dignos de qualquer romance de Sir Arthur Conan Doyle ou Agatha Christie. São aliás, feitas várias referências e muitos dos arcs são claramente baseados em obras desses autores. O excelente início da série, que inclusive, explora eximiamente o mito do Jack the Ripper é fantástico, constituindo esse definitivamente o melhor arc da série. No entanto, a partir daí, mesmo ainda seguindo, dentro do possível, a história do manga homónimo, Kuroshitsuji torna-se
mais ‘leve’, perdendo o seu tom mais sério que serve de escape aos
momentos (ainda que não exageradamente) recheados de innuendos e comédia. E é claro como a luz do dia que o final da série é improvisado pela A-1 Pictures.
Não que seja mau ou incoerente, mas aquele vilão insípido e o
levantamento de questões que nunca chegam muito bem a ser resolvidas,
como por exemplo, as circunstâncias exactas em que os pais de Ciel morreram, mostram claramente que se esgotou o material original em que o estúdio se podia basear.
São
as personagens quem nos permite ver a série até ao fim sem esta se
tornar aborrecida ou desinteressante. Praticamente todas são bastante
bem construídas, sendo possivelmente a única falha o facto de Ciel não ter a evolução e o desenvolvimento que a personagem merecia. Sebastian é o típico anti-herói, a típica personagem badass que não se esforça para o ser. Aliás, os mais atentos verão em Sebastian um Alucard (Hellsing), não só devido ao carácter omnipotente da personagem mas também devido ao forte sentido de lealdade perante um mestre.
Os fãs de mistérios e policiais vão deliciar-se com os primeiros episódios e com os arcs mais sérios mas Kuroshitsuji
chega ao fim sem esse esplendor que o argumento inicialmente nos
prometia. Mesmo assim, e muito devido às suas fantásticas personagens, Kuroshitsuji é uma excelente série, nunca chegando a ser aborrecida e proporcionando-nos bons momentos de comédia.
Aberturas de Kuroshitsuji:
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